Redigido em 2008 e ora modificado, o presente livro é composto de vários artigos do autor, nos quais expõe as orientações diferenciais da sociologia do conhecimento, em continuidade do projeto de introdução intitulado O Conhecimento na Realidade Social, divulgado na OEI em janeiro de 2016.
Em alternativa para as chamadas ciências da cognição – as quais, frequentemente, limitam a simbolização e o aprendizado ao indivíduo isolado –, neste livro de sociologia, os processos mentais são observados como implicados na comunicação social, e integrados nas mentalidades coletivas. O autor chama atenção para as dinâmicas espontâneas das avaliações coletivas, incluídos os juízos, as opiniões, carências, satisfações, esforços, sofrimentos e ideais.
Desenvolve um posicionamento crítico com duplo alcance: (a) contribui para superar o preconceito que desfavorece a sociologia do conhecimento, pelo qual haveria uma estrutura lógica na base das sociedades, em detrimento do psiquismo coletivo; (b) em face da confusão com a gestão dos arquivos eletrônicos, afirma o caráter humano do conhecimento, de que fazemos experiência nos debates, avaliações e reflexões dos temas coletivos reais.
Toma como básico que o estudo dos sistemas cognitivos não deve permanecer restrito às funções cerebrais e a psicologia individual. Compostos de classes e formas de conhecimento, os sistemas cognitivos existem em correlações funcionais com os quadros sociais, e têm existência independente das representações e estados mentais individuais, os quais são neles integrados.
A língua, a intervenção do conhecimento, e o direito espontâneo são as instâncias por via das quais a consciência toma parte das forças produtivas em sentido lato, e desempenha um papel constitutivo nos próprios quadros sociais (grupos, classes, sociedades). Daí a relevância da sociologia do conhecimento, como disciplina científica específica, indispensável à formação intelectual, à tomada de consciência e ao ensino. |
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30 de abril de 2017 |